
Conservar os cabelos naturais como resgate das raízes.
É do conhecimento geral o quanto o padrão estético europeu e americano dita o comportamento de vários lugares do mundo e, aqui no Brasil não poderia ser diferente.
Culturalmente o nosso país é um dos mais influenciados por esses padrões e isso gera uma certa polêmica quando levamos essa discussão para um âmbito mais abrangente.
Ou seja, a forma de se vestir e o estilo dos cabelos, por exemplo, geralmente seguem os estilos veiculados pelas mídias tradicionais, influenciados muitas vezes pelos padrões de atores e artistas internacionais.
O processo de alisamento que inúmeras mulheres fazem ao longo da vida, pelo simples fato de terem o cabelo liso como referência de beleza, constitui um exemplo pertinente de como a influência da cultura eurocêntrica é intensa entre nós. Outra questão muito importante é que as mulheres que tomam a atitude de manter o cabelo natural e que resistem em seguir o padrão estético, geralmente sofrem preconceito .
E é esse tipo de resistência que acontece em um salão de beleza de um bairro de Campo Grande, no Mato Grosso, onde mulheres fazem filas para tirar a química dos cabelos e deixá-los naturais, ou seja, cacheados.
Estas mulheres notaram que uma das formas de combaterem o preconceito é assumirem as suas raízes e se orgulharem delas. A partir do momento em que começam a receber elogios pelo fato de assumirem seus cabelos naturais, elas conseguem aumentar a autoestima.
Crianças que em outras épocas eram influenciadas por adultos, chegam no salão querendo manter os seus cachos hidratados e não pensam mais em alisarem. Esse é um claro sinal de que o orgulho, de terem os cabelos da forma que nasceram, só faz crescer e que, cada vez mais a mentalidade de conservar as raízes está ganhando espaço. Portanto, assumir a beleza afro e exaltar a sua naturalidade é valorizar as origens .
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