
Integrantes de gangue neonazista White Wolves Klan são julgados
Alguns integrantes de um grupo francês que se autodenomina neonazista, o White Wolves Klan, foram acusados de realizarem em 2012 ataques considerados violentos a um grupo rival, em uma garagem, depois de ingerirem bebidas alcoólicas e drogas. Eles chegaram a espancar um dos membros, alegando infidelidade.
Como tudo aconteceu…
As vítimas foram esfaqueadas, chutadas e espancadas com uma corrente de moto. No local havia bandeiras nazistas e fotos de Adolf Hitler, fazendo a decoração da garagem. O espaço era de Jéremy Mourain, na época líder do grupo Jeunesses Nationalistes Revolutionnaires e depois do WWK.
Julgamento
Além do julgamento do grupo White Wolves Klan, que aconteceu no dia 27 de março, o tribunal também deve realizar pelo caráter “paramilitar” da gangue, que conta com rituais de intimidação, iniciação e humilhação. Como exemplo foi o que aconteceu com Cédric, que, em 2014, ao ser suspeito de não ser fiel ao time, teve suas roupas tiradas e foi violentado com um taco de esporte beisebol, principalmente nos testículos.
Histórico do grupo
A história da gangue é marcada por ataques racistas a ciganos e estrangeiros. O White Wolves Klan, também chamado de WWK foi criado por um dos acusados, conhecido como Batskin, mas que se chama Serge Ayoub e tem 57 anos. Ele também é líder de um grupo neonazista, o Troisieme Voie, de extrema direita, além do Jeunesses Nationalistes Revolutionnaires, que teve suas “portas” fechadas pelo governo do país depois da morte do antifacista e ativista Clément Méric, no ano de 2013. Sete pessoas são acusadas de estarem envolvidas nos ataques e confessaram que participaram.
Os grupos neonazistas no Brasil
No País só cresce o número de pessoas consideradas simpatizantes neonazistas. De acordo com uma pesquisa realizada, em 2013, pela pesquisadora e antropóloga Adriana Dias, da Unicamp – Universidade Estadual de Campinas, no período de 2002 a 2009 subiu em 170% o número de sites que divulgaram informações sobre esse tema. Já os comentários em fóruns aumentou em quase 50%. Nas redes sociais não é diferente, em 250 analisadas, 91% delas contam com comunidades antissemitas, negacionistas e neonazistas.
Do Sul para o resto do País
De acordo com essa pesquisa realizada em 2013, com dados estudados do período de 2002 a 2009, a maior predominância de grupos neonazistas era na região Sul do Brasil, mas percebe-se que nos últimos anos tem se espalhado por estados como São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal.
É considerado simpatizante do assunto que já realizou mais de 100 downloads sobre o tema. Seguindo esse critério, os dados da pesquisa de 2013 mostra que somente na região Sul do País encontram-se mais de 105 mil neonazistas.
Perfil dos participantes
Infelizmente não há como descrever o percurso de entrada no movimento neonazista. Mas, sabe-se que geralmente os jovens que entram estão em busca de defender alguma causa. Isso é o que faz eles serem recebidos pelos grupos que o convencem que alguém a que tem o preconceito foi quem tomou o seu lugar em espaços como universidades ou mercado de trabalho.
Também no próximo dia 11 de abril está marcado o julgamento dos demais réus acusados de participarem no tumulto e espancamento de um neonazista Fábio dos Santos Medeiros na região de Pinheiros, São Paulo, o mesmo episódio que resultou no assassinato de Johni Raoni Falcão Galanciak.
Comunidade Johni Raoni