Adolescentes vivem rotina de uso de drogas e prostituição em Santos - Meu nome é Johni

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Adolescentes vivem rotina de uso de drogas e prostituição em Santos

Adolescentes vivem rotina de uso de drogas e prostituição em Santos

Utilizaremos apenas letras, para designar esses jovens, vamos começar por L. Esse depoimento é tocante, essa jovem afirma que quando tinha sete anos foi feita mulher, por um amigo de sua mãe e quando tinha 12 anos ele foi embora. A partir, daí a menina explica que começou a fazer programas na rua, tudo em troca de presentes. Hoje essa jovem está com 15 anos.

No litoral de São Paulo e mais precisamente em áreas centrais e portuárias da cidade de Santos, L é considerada uma vítima de abuso e que permanece sob exploração sexual nessa cidade e que não consegue encontrar um caminho de volta.

Seu pai está preso, sua mãe a expulsou de casa e a jovem ainda afirma que sua mãe possui ciúme de seu padrasto e ainda diz que o quarto em que mora e dorme é pago com o dinheiro de seus programas de prostituição. Hoje também ela é usuária de maconha e cocaína, que conheceu nas ruas do cais pelas madrugadas.

L, diz que ás vezes ´´é preciso dar uns tiros´´, ou seja, cheirar a cocaína, que serve para conseguir fazer o programa, que na maioria das vezes, lhe dá nojo, com homens que querem transar e não querem pagar, diz também que ainda apanha desses homens, que precisa de patrão, no caso um cafetão que a protege e que trabalha para dividir o dinheiro, que são R$ 50,00 por programa.

O projeto Sentinela, financiado pelo Governo Federal, atendia a muitas crianças e adolescentes nessa situação de vulnerabilidade, ele foi extinto. Tinha muitas equipes de abordagens na rua, com especialistas como psicólogos e assistentes sociais. Uma sede com muitas atividades de lazer e com cursos profissionalizantes.  Muitas reclamações se acumulam e de lá para cá nada de efetivo vem sendo realizado para que se combata a exploração sexual.

Segundo dados da Comissão de Enfrentamento á Violência Sexual Infanto Juvenil de Santos (CEVISS) no ano passado foram contabilizados 159 ocorrências de abusos sexuais. Esse órgão afirma que esses números ainda são pequenos, devido a serem os números registrados e de crianças constatadas que recebem atendimento. Mas, não existe registro de meninas que se prostituem nas ruas, aí nesse caso esse número pode ser maior.

O Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Edmir Santos Nascimento defende uma ampliação de abordagem nessas ruas, bem como uma criação de um grupo bastante específico para o combate da exploração sexual.  Ele explica também que é preciso um atendimento mais formal, voltado para que se cative e conquiste a confiança dessas crianças e adolescentes.

Maria Izabel Calil Stamato, Professora e Coordenadora do Curso de Psicologia da Unisantos, reforça também a ideia de Edmir Santos. É necessário conquistar a confiança delas, cativar, entrando em sua realidade. A abordagem de rua nesse caso é importante, acolhendo e não julgando.

O prefeito de Santos informou por meio de nota, que vem desempenhando o seu papel com programas aplicados nas escolas, sempre com palestras e muitas atividades. A questão é se esses (as) adolescentes frequentam a escola. Além disso, sabemos que a escola não é o único espaço para se promover estas campanhas. Torna-se urgente um trabalho de conscientização da sociedade para este problema que afeta uma parcela significativa dos(as) jovens brasileiros(as).

Comunidade Johni Raoni.

02/02/2018 | Autor: Comunidade Johni Raoni

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