A Convenção dos Direitos dos Idosos tem que ser criada pela ONU - Meu nome é Johni

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A Convenção dos Direitos dos Idosos tem que ser criada pela ONU

A Convenção dos Direitos dos Idosos tem que ser criada pela ONU

Somente com esse instrumento é que o preconceito seria combatido no mundo.

A HelpAge International é uma organização que luta pelos direitos das pessoas idosas. Um dos assuntos que ela mais defende é que a ONU crie uma convenção sobre o direito dessas pessoas. Esse documento seria capaz de fazer com que o preconceito sofrido pelos idosos seja combatido, até que seja eliminado do mundo. No final do ano  passado 2017, a HelpAge ouviu 450 pessoas idosas, em 24 países diferentes e todas tiveram a mesma pergunta: “o que é independência para vocês?”. Países em lugares diferentes, como o Peru e o Quênia, tiveram praticamente a mesma resposta: “a liberdade para que possamos decidir por nós mesmos”, assim como “a liberdade para que possamos fazer o que desejamos, sem que outras pessoas fiquem nos controlando”.

Nas Ilhas Maurício na África Oriental, uma senhora de 63 anos disse que não tem mais o controle sobre o dinheiro que recebe; Na Tanzânia, um homem de 81 anos disse: “não tenho mais valor nenhum na minha família. Todas as decisões são tomadas sem que a minha opinião seja sequer ouvida”.

No seu blog, a HelpAge apresenta três histórias que mostram como os idosos sofrem preconceitos. A primeira história traz uma mulher de 77 anos, que sempre amou nadar.

Um dia em que ela estava se exercitando na piscina quando dois garotos, com 11 anos aproximadamente, começaram a caçoar dela, dizendo que se tratava de uma “bruxa velha nadando”. Ela recorda que ficou extremamente triste e envergonhada com a situação, mais ainda por estar num lugar onde sempre se sentiu bem. Com isso, ela se perguntou: “será que a idade nos torna inadequados para estar numa piscina?”. Já outra senhora, que está internada em um hospital, reflete: “você perde o seu nome, a sua identidade. Você se torna apenas uma velha senhora doente”. Ela ainda cita que a pior hora é a da refeição, onde ela não tem forças para segurar os talheres para comer, não recebe nenhuma ajuda e a atendente retira o prato com a comida intacta. E ainda a chama de mimada.

Ela, pacientemente, espera o seu filho vir visitá-la, no final do dia, para que possa se alimentar com a comida que ele trouxer.

Um terceiro caso é de uma mulher, de 66 anos, que vem se sentindo cada vez mais intimidada quando faz as compras, eis que fala o que observa das pessoas: “eu vejo as expressões nos rostos das pessoas questionando o motivo de uma vovozinha precisar de roupas e sapatos novos. E o pior: ainda ouve comentários do tipo ‘isso não é para uma mulher da sua idade. Vou lhe trazer algo mais apropriado’”.

Com isso, a Assembleia Geral da ONU criou, em 2010, um grupo para trabalhar sobre as questões do envelhecimento. Nos próximos 10 anos, a população passará de um bilhão; em 2030 existirão mais pessoas acima dos 60 do que menores  que 10.

E o que será feito dessa população? A resposta veio através da Elisha Sibale Mwamkinga, que dirige uma organização voltada para garantir cuidados de saúde na Tanzânia: “se a ONU adotar uma convenção voltada para os idosos, não será preciso aguardar Mais 50 anos para que algo seja feito”.Em julho, será realizada a nona reunião mundial. Até lá só nos resta aguardar os fatos para saber qual será o resultado disso.

A comunidade Johni Raoni preocupa-se com a situação de pessoas nesta faixa etária, já que sabemos que a sociedade está envelhecendo, mas, na maioria das vezes, sem qualidade de vida. Ainda mais num país como o nosso ainda míope para as questões relacionadas com a chamada terceira idade, termo este muito mais de utilidade comercial do que qualquer outra coisa.

Por CJR

16/06/2018 | Fonte: g1.globo.com | Autor: Comunidade Johni Raoni

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