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Vendo filho de bandido” garoto sendo tratado como mercadoria numa atitude explicitamente racista

Vendo filho de bandido” garoto sendo tratado como mercadoria numa atitude explicitamente racista

No final de Dezembro de 2016, um jornalista publicou uma coluna no Jornal “O Globo” denunciando uma postagem, em que uma pessoa publicou em grupo no Facebook “Vendo filhote de bandido”, com a foto de um garoto negro, sem tarjas, e a seguinte descrição:

“Vendo filhote de bandido, completo, tattoo, cabelo amarelo. Estou pedindo R$ 1.800, você recupera o dinheiro perdido em até duas semanas. Obs: se levar pra igreja perde a garantia.”.

Muitas pessoas se chocam com publicações como essa, que mostram o nível de escárnio de algumas pessoas em relação ao próximo, subjugando-as pela cor da pele, escolaridade e também por orientação sexual, religiosa e quaisquer outras diferenças que contrariem o status quo de uma classe “perfeita”, privilegiada pelos preconceitos culturalmente impostos.

Porém, o que está implícito são todos os preconceitos, discriminações e discursos de ódio que imperam em nossa cultura e reforçam esse tipo de comportamento. Semelhante aos comerciantes, que vendiam escravos, pessoas como estas se acham no direito de vender outras pessoas por todos os preconceitos implicitamente aceitos que as reforçam.

Como se não bastasse tamanho terror, um membro do grupo de vendas, ao ver a postagem procurou o 5º DP do Rio de Janeiro para fazer uma denúncia, porém, as autoridades, que deveriam defender o jovem, se recusaram a realizar a ocorrência.

Não podemos ser cúmplices

Podem parecer situações completamente diferentes, mas os mesmos discursos de ódio e preconceitos raciais que “autorizaram” uma pessoa a reduzir outra a mercadoria  são os discursos que sustentam ideologias como as que assassinaram brutalmente o jovem Johni Raoni Falcão Galanciak, em 2011, na cidade de São Paulo, com espancamentos e esfaqueamentos cometidos por um grupo neonazista e que, seguidamente, destruíram patrimônios e espancaram outras pessoas pertencentes a grupos de negros, homossexuais, de diferentes religiões e tantas outras minorias que sofrem diariamente a violência que tais ideologias reforçam e, como resultado, foram identificados e ficaram impunes pela polícia.

Não se pode mais tolerar a ideia de um preconceito inofensivo, apenas nas piadas ou em um comportamento aparentemente menor. Precisamos adotar uma postura combativa a  qualquer pensamento  discriminatório e violento, por mais que, para as pessoas privilegiadas por essa cultura, pareçamos chatos. Não há atitude inofensiva ou menor. Cada pequeno detalhe que reforça essa cultura contribui para violências que pessoas sofrem todos os dias sem que tenhamos conhecimento e para as grandes matérias também.

04/02/2017 | Autor: Comunidade Johni Raoni

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