Idosa é processada pela Justiça da Alemanha por combater o ódio - Meu nome é Johni

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Idosa é processada pela Justiça da Alemanha por combater o ódio

Idosa é processada pela Justiça da Alemanha por combater o ódio

Irmela Mensah-Schramm é uma senhora alemã de 71 anos conhecida por lutar bravamente contra a disseminação de mensagens nazistas onde vive. Símbolos ou qualquer apologia ao nazismo são, por lei, proibidos terminantemente na Alemanha, sendo consideradas ameaças à segurança nacional, e com muita razão, dado o absurdo dessas ideologias e o alto preço que a Alemanha e diversos outros povos pagaram pelo nazismo.

Por outro lado, o que deveria ser considerado inadmissível, é propagado por diversos grupos neonazistas que ainda existem e persistem anonimamente espalhando mensagens de apologia à violência e ódio contra raças, religiões, orientações sexuais e quaisquer diversidades. Grupos neoonazistas vêm crescendo cada vez mais na Alemanha. Autoridades locais já identificaram mais de 22 mil alemães ligados a grupos do tipo em que mais da metade é considerada potencialmente violenta.

Nascida no ano do final da segunda guerra mundial, a alemã Irmela Mensah-Schramm é uma ativista que se considera no dever moral e social de impedir que tamanhas atrocidades venham a se repetir nas gerações futuras e assim ela age, munida de espátulas, solventes e spray à procura de cartazes, pichações e quaisquer apologias a ideologias de ódio e violência. O que deveria ser uma atitude louvável, porém, torna a senhora Irmela passível de punição.

Um sistema de regras vazias que condena inocentes

A belíssima atitude de Irmela, que transforma suásticas em corações e já rendeu vários prêmios ao governo alemão deveria ser reconhecida através de medidas de combate ao ódio, porém, não é o que acontece. O Governo alemão está processando essa mulher, que destruiu mais de 75 mil mensagens em postes, muros e estações de metrô em Berlim.

Obviamente, o governo alemão não a está processando por combater o ódio, mas por causar “danos ao patrimônio público”. Em tribunal, a senhora Irmela se defende lucidamente dizendo que não pode ser punida por combater o ódio e a violência.

Reconhecimento? Não. Punições vazias, é como o governo alemão lembra a luta dessa mulher. Antes se ela estivesse de fato destruindo o patrimônio publico, mas o que está claro é que ela está na verdade salvando o patrimônio que outrora fora destruído pelo ódio.

A situação de Irmela lembra um fato que aconteceu em 2011 que chocou São Pauloe  o Brasil, quando um jovem foi esfaqueado, espancado e assassinado por um grupo neonazista que, além da atrocidade que custou a vida de Johni Raoni Falcão Galanciak, destruiu patrimônio e espancou diversas outras pessoas pertencentes a grupos de minoria. E qual foi a ação do governo? Impunidade. A polícia conseguiu identificar quarenta dos integrantes do grupo que, em poucos minutos, foram soltos novamente, sem nenhuma punição. Até quando a negligência e impunidade dos governos os transformarão em cúmplices do ódio? Que existam mais pessoas como a senhora Irmela, que lutam contra o ódio e a violência, não importando quais sejam as consequências.

11/02/2017 | Autor: Comunidade Johni Raoni

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