Deputada portuguesa condena “degradante espetáculo” do golpe no Brasil
A deputada portuguesa Joana Mortágua denunciou, na Assembleia de Portugal, o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que, segundo suas próprias palavras, “se revelou como um golpe contra um Governo democrático eleito”.
Formada em Relações Institucionais, Joana é integrante do Bloco de Esquerda. Em seu pronunciamento, ela destaca que “entre Deus e o mundo, tudo foi razão para derrubar a presidente do Brasil. Menos o crime de responsabilidade, que deveria ser o único motivo possível para o impeachment”. Para ela, derrubar Dilma será “a vitória da corrupção˜.
As declarações foram dadas nesta semana, dias depois de a Câmara dos Deputados brasileira decidi dar seguimento ao processo de impedimento. A parlamentar afirmou ainda que o vice-presidente do Brasil, Michel Temer, e o deputado federal Eduardo Cunha são os organizadores do “golpe”.
E citou que, ao contrário da presidenta Dilma – sobre quem não pesam denúncias de corrupção -, 60% dos deputados que votaram pelo impeachment estão “a braços com a Justiça”. Confira no vídeo abaixo:
Fonte:http://www.opovo.com.br/app/politica/2016/04/20/noticiaspoliticas,3606142/deputada-portuguesa-denuncia-golpe-no-brasil.shtml
Na contramão
Diante do espetáculo montado pelas principais emissoras do país no último domingo – 17.4, podemos constatar um dos episódios mais grotescos dos últimos anos. Deputados (para que tantos?) aglomerando-se no congresso em meio à votação do processo de impedimento da presidente Dilma. Em nome de Deus, da família (e diga-se da propriedade) num discurso que parecia da sociedade brasileira de defesa da tradição, família e propriedade – TFP, os supostos eleitores do processo montaram uma grande farsa para aprovar aquilo que chamam – um passo para um Brasil melhor. É preciso perguntar melhor para que e ou para quem. A Globo transmitia a votação com a tela dividida com a manifestação pró-impedimento da presidenta na Av. Paulista com a presença do pato inflado – símbolo da Fiesp. Ou seja, a emissora insistia em fazer uma cobertura parcial das manifestações no país, o que demonstra o seu caráter extremamente comprometido com o impedimento da presidenta. Alguns dos leitores deste comentário podem estar a se perguntar o que um blog com este perfil, estaria publicando materiais que, aparentemente nada tem a ver com a temática do preconceito e intolerância. E o que temos a declarar é que, ao publicarmos sobre este assunto queremos na verdade demonstrar a nossa preocupação com a democracia, ou seja, com a liberdade de expressão e com os direitos já conquistados. O que realmente queremos é que a justiça trabalhe contra as injustiças e não que esteja a promovê-las. Pela liberdade de expressão e pela garantia dos direitos democráticos no país, tão comprometidos por episódios como este.
Por Patricia